Psicoterapia Breve Mauricio Knobel Pdf 27 ((LINK))
O que permitiu o desenvolvimento da psicoterapia psicanalítica (Alexander & French, 1946/1965) e, posteriormente, da psicoterapia breve de orientação psicanalítica ou Psicoterapia Dinâmica Breve (PDB) foram os avanços dos estudos psicanalíticos (Knobel, 1986), aliados às mudanças sociais e econômicas, que exigiram uma maior flexibilidade nos modelos de assistência à saúde mental estabelecidos até então (Azevedo, 1988).
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Mas, quem pode ser beneficiado com a PDB? Para vários autores, há critérios psicodiagnósticos específicos, indicando os que podem ou não ser beneficiados com uma psicoterapia breve (Yoshida, 1990).
Para Wolberg (1969), os pacientes que melhor respondem à psicoterapia breve são os que possuem uma boa força egóica. Malan (1979) apresenta algumas contra-indicações, assim como rejeita alguns casos específicos. Sifneos (1979) adota critérios mais rígidos, como por exemplo, que o paciente apresente inteligência acima da média. Marmor (1979) enfatiza a força egóica, capacidade para confiança, abstração e de interação com o terapeuta. Knobel (1986) é contrário a critérios rígidos para selecionar pacientes. Para ele, a indicação ou não para este tipo de psicoterapia dependerá do psicoterapeuta e do próprio caso clínico.
Mas, será que um sujeito com transtorno borderline de personalidade poderia ser beneficiado com a PDB? Fiorini (1999) considera que a psicoterapia breve oferece, embora em grau variável, uma oportunidade de beneficiar praticamente todos os pacientes que procuram ajuda psicológica.
Winston e cols. (1994) conduziram uma pesquisa sobre a eficácia da psicoterapia breve com sujeitos portadores de transtornos de personalidade, incluindo pacientes borderline, utilizando duas modalidades de atendimento. Os resultados demonstraram que os pacientes de ambos os grupos apresentaram melhora significativa em relação aos sujeitos do grupo controle, que permaneceram na lista de espera sem psicoterapia. Além disso, o seguimento feito um ano e meio depois revelou que as melhoras persistiam.
De acordo com Marmor (1979), Batista não seria um caso para atendimento em psicoterapia breve, considerando-se sua fragilidade egóica. Para Kernberg, Selzer, Koenisberg, Carr & Appelbaum (1989/1991), o tratamento de escolha seria a psicoterapia psicodinâmica a longo prazo. Por outro lado, Fiorini (1999), autor renomado na área da Psicoterapia Breve, defende o uso da psicoterapia breve para beneficiar pacientes borderline, como um tratamento preparatório pré-analítico. Por sua vez, o paciente foi atendido em PDB e pode-se dizer que foi bastante beneficiado com a mesma.
Entre os fatores que contribuíram para o resultado final satisfatório do processo terapêutico de Batista estão: a motivação do paciente, o estabelecimento de uma aliança terapêutica positiva, a supervisão de um profissional com ampla experiência clínica em saúde mental, o treino do terapeuta na técnica da psicoterapia breve e sua psicoterapia pessoal.
Desde o início, Batista demonstrou interesse pela psicoterapia e motivação para mudança, apesar das suas resistências iniciais, as quais foram bastante trabalhadas. O interesse do paciente e sua motivação são considerados o principal critério para indicação de psicoterapia breve por Sifneos (1979) e pela maioria dos autores nesta área (Yoshida, 1990).